O último mês do ano chegou, e com ele, vem o fechamento de mais um ciclo.
Para muitos, é um momento de reflexão sobre o que foi vivido ao longo dos últimos meses e um convite para avaliar o caminho percorrido. No entanto, essa reflexão nem sempre é um processo simples ou prazeroso. A mistura de sentimentos que surge nesse período pode gerar uma angústia difícil de explicar…
Aquele “mix” de sentimentos
Quando o ano se aproxima do fim, geralmente somos levados a olhar para trás e fazer um balanço das nossas conquistas e desafios.
Nos lembramos das alegrias, dos orgulhos e dos momentos de realização. Contudo, também não podemos ignorar os fracassos, os arrependimentos e as frustrações que, inevitavelmente, surgiram durante o caminho. Essa retrospectiva pode despertar uma sensação contraditória: de um lado, há a gratidão pelos bons momentos; de outro, a tristeza e a sensação de que algo ficou incompleto ou de que falhamos em relação ao que planejamos lá no começo do ano, em janeiro.
Ainda, muitos podem estar passando pelo luto nessa época do ano. Por se tratar de um período com datas comemorativas marcantes, podemos ser levados a pensar nesses entes queridos e como gostaríamos que eles estivessem ali. Surgem memórias de épocas anteriores, a saudade, e tudo isso pode ser muito difícil.
Essa mistura de sentimentos opostos é uma característica muito comum no fim de ano (e, inclusive, nas mais variadas situações), e pode ser uma das principais causas da angústia que muitos sentem.
Às vezes não estamos em clima de festa…
Muitas vezes, podemos nos sentir pressionados a celebrar e a ser gratos, quando, internamente, nossa realidade é bem diferente. A expectativa criada pela sociedade, pelas propagandas e pelas redes sociais, de que o final de ano é uma época de pura felicidade e celebração, nem sempre condiz com o que realmente sentimos ou estamos passando. Apesar das festividades, a vida continua – e com ela, todos os conflitos familiares, dificuldades financeiras e crises existenciais.
Por isso, se você não se sente animado ou cheio de motivação durante as festas, isso não significa que algo está errado com você! Pelo contrário, é uma manifestação legítima do seu processo emocional. Cada pessoa tem sua própria maneira de viver esse período e, por mais que o fim de ano seja, tradicionalmente, um tempo de festa, ele também pode ser uma oportunidade de introspecção.
E como lidar com tudo isso?
É importante lembrar que a tristeza ou sensação de “não estar bem” não se tratam de falhas ou fraquezas. Elas fazem parte da experiência humana, e reconhecer esses sentimentos é um passo crucial para compreendê-los e acolhê-los.
Para lidar com essa angústia, é crucial aceitar que ela faz parte do processo. Não dá para forçar uma felicidade que não sentimos. Ao invés disso, permita-se sentir o que está acontecendo dentro de você e busque momentos para se conectar com as suas emoções, sem pressa de “resolver” ou mudar a situação. Muitas vezes, a pressão para ter uma experiência de fim de ano perfeita pode aumentar ainda mais a sensação de inadequação.
Por fim, é essencial lembrar que a vida é feita de altos e baixos. Ao invés de buscar uma perfeição emocional ou celebrar “forçadamente”, procure, neste final de ano, abraçar estes sentimentos que, apesar de contraditórios e confusos, fazem parte de você (e de todos nós!)